Por dentro ela grita, por mais que ninguém ouça e por mais que ninguem imagine o que se passa, ''os ninguéns'' apenas passam, ao contrário dela. Ela, sem ao menos querer, essências se fundem, e com a certeza de que tudo um dia será caos, afastada ela permanece assim, um única órbita. Parece sentir no ar a fragância de cada palavra que lhe sai pela boca, a verdade-verdade, o verdadeiro sentimento por trás da palavra, é como se pedisse pra deixarem ali tudo que a desconforta, e levar - relevar as horas de prazer as vezes tão raras. Ela é misteriosa, quieta, como se não quizesse aproximação nenhuma, com medo talvez, receio. Procurando motivos pra um singular se pluralize, sem se deixar absorver, perder seus ideais, apenas afirmando que almeja mostrar quem ela é. Tive duas conversas com ela, em momentos em que sorrisos se abriam, ainda prevalecendo no falso mundo, mais se abriam, enormes, acho que caberia um mundo lá dentro. ''O mundo é falso'', repetia a cada gole da maldita cachaça que rasgava sua garganta, exatamente onde o equilíbrio e o bom senso se perdem. Rimos por hora, as ferrugens nos sorrisos haviam se desintegrado, por hora, abro meus braços pra ela. Deixamos de delimitar passos, caminhamos em direção ao desejado: se conhecer, imprevisibilidade e tudo mais. E ao contrário do que dizem, ela é a sensibilidade, seguida da razão comportando inconstância, resultando sonhos fartos de cores. Passo a pensar como ela: Seria apenas aceitação, ou até mesmo, o máximo, sentir-me bem. Talvez não devesse delimitar. Gritos de amor e não de desespero. Antes que a noite termine, e juntas dividindo os restos da cachaça barata, eu a olho, ela solta resmuga, grita, quase fala: Não me culpo pelo fato de deixar meu coração guiar-me mais que minhas pernas, ainda penso que o dia em que eu estiver sentada em frente a essa tal exuberância colorida, será com você e com todos dessa mesa.
Digo: Você, precisa de alma que te fortaleça, que te encha de esperanças, que te faça criar e crescer. Não pense neste pseudomundo farto em regressão, pense no plano em que almas misturam-se e ascendem, como aqui agora.
Solta: O dia em que tudo isso acontecer, nos reconheceremos e tudo que foi vivido será multiplicado
Repito:. Ouça, vá viver menina. "Prazer em conhecer-te." Sentaremos mais vezes e tomaremos mais cachaças.
Suas últimas palavras: E em todas as vezes que isso acontecer novamente, será como ''prazer em reconhecer-te''.
Um abraço, Gadê.
-----------------------------------------------------------------------------------
Sábias palavras.