sexta-feira, 28 de maio de 2010

Desinencial.


"Escuta aqui, cara, tua dor não me importa. Estou cagando montes pras tuas memórias  pras tuas culpas, pras tuas saudades. As pessoas estão enlouquecendo, sendo presas, indo para o exílio, morrendo de overdose e você fica aí choramingando o seu amor perdido. Foda-se o seu amor perdido. Foda-se esse rei-ego absoluto. Foda-se a sua dor pesssoal, esse ovo mesquinho e fechado."

[ Caio Fernando Abreu ]

terça-feira, 25 de maio de 2010

A cada escolha, uma renúncia.


"Daqui nasce um dilema: é melhor ser amado que temido, ou o inverso? Respondo que seria preferível ser ambas as coisas, mas, como é muito difícil conciliá-las, parece-me muito mais seguro ser temido do que ser amado, se só se puder ser uma delas."


- Nicolau  Maquiavel -

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Efeito visual simplista.




Se olharmos a vida em seus pequenos detalhes, tudo parece bem ridículo.
É como uma gota d'água vista num microscópio, uma só gota cheia de protozoários.
Achamos muita graça como eles se agitam e lutam tanto entre si. Aqui, no curto período da vida humana, essa atividade febril produz um efeito cômico.

- Irvin D. Yalom - 



domingo, 23 de maio de 2010

Exatamente isso.

- Seria isso, então? Você só consegue dar quando não é solicitado, e quando pedem algo você foge em desespero. Como se tivesse medo de ficar mais pobre, medo de que se alcance seu centro e nesse centro exista alguma coisa que você não quer mostrar, nem dar ou dividir... Será assim?

 - Caio Fernando Abreu -





- Exatamente isso.


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"Meu bem me desculpe, não quis te ferir. Mas dizer a verdade é melhor que mentir..." (Titãs)

sábado, 22 de maio de 2010

Carta á Lara Leite,

Por dentro ela grita, por mais que ninguém ouça e por mais que ninguem imagine o que se passa, ''os ninguéns'' apenas passam, ao contrário dela. Ela, sem ao menos querer, essências se fundem, e com a certeza de que tudo um dia será caos, afastada ela permanece assim, um única órbita. Parece sentir no ar a fragância de cada palavra que lhe sai pela boca, a verdade-verdade, o verdadeiro sentimento por trás da palavra, é como se pedisse pra deixarem ali tudo que a desconforta, e levar - relevar as horas de prazer as vezes tão raras. Ela é misteriosa, quieta, como se não quizesse aproximação nenhuma, com medo talvez, receio. Procurando motivos pra um singular se pluralize, sem se deixar absorver, perder seus ideais, apenas afirmando que almeja mostrar quem ela é. Tive duas conversas com ela, em momentos em que sorrisos se abriam, ainda prevalecendo no falso mundo, mais se abriam, enormes, acho que caberia um mundo lá dentro. ''O mundo é falso'', repetia a cada gole da maldita cachaça que rasgava sua garganta, exatamente onde o equilíbrio e o bom senso se perdem. Rimos por hora, as ferrugens nos sorrisos haviam se desintegrado, por hora, abro meus braços pra ela. Deixamos de delimitar passos, caminhamos em direção ao desejado: se conhecer, imprevisibilidade e tudo mais. E ao contrário do que dizem, ela é a sensibilidade, seguida da razão comportando inconstância, resultando sonhos fartos de cores. Passo a pensar como ela: Seria apenas aceitação, ou até mesmo, o máximo, sentir-me bem. Talvez não devesse delimitar. Gritos de amor e não de desespero. Antes que a noite termine, e juntas dividindo os restos da cachaça barata, eu a olho, ela solta resmuga, grita, quase fala: Não me culpo pelo fato de deixar meu coração guiar-me mais que minhas pernas, ainda penso que o dia em que eu estiver sentada em frente a essa tal exuberância colorida, será com você e com todos dessa mesa.
Digo: Você, precisa de alma que te fortaleça, que te encha de esperanças, que te faça criar e crescer. Não pense neste pseudomundo farto em regressão, pense no plano em que almas misturam-se e ascendem, como aqui agora.
Solta: O dia em que tudo isso acontecer, nos reconheceremos e tudo que foi vivido será multiplicado
Repito:. Ouça, vá viver menina. "Prazer em conhecer-te." Sentaremos mais vezes e tomaremos mais cachaças.
Suas últimas palavras: E em todas as vezes que isso acontecer novamente, será como ''prazer em reconhecer-te''.

Um abraço, Gadê.



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Sábias palavras.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Uma certa definição.

Eu sou lúcida na minha loucura, permanente na minha inconstância, inquieta na minha comodidade. Pinto a realidade com alguns sonhos, e transformo alguns sonhos em cenas reais. Choro lágrimas de rir e quando choro pra valer não derramo uma lágrima. Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz. Busco pelo prazer da paisagem e raramente pela alegre frustração da chegada. Quando me entrego, me atiro e quando recuo não volto mais. Mas não me leve a sério, sei que nada é definitivo. Nem eu sou o que penso que eu sou. Nem nós o que a gente pensa que tem. Prefiro as noites porque me nutrem na insônia, embora os dias me iluminem quando nasce o sol. Trabalho sem salário e não entendo de economizar. Nem de energia. Esbanjo-me até quando não devo e, vezes sem conta, devo mais do que ganho. Não acredito em duendes, bruxas, fadas ou feitiços. Não vou à missa. Nem faço simpatias. Mas, rezo pra algum anjo de plantão e mascaro minha fé no deus do otimismo. Quando é impossível, debocho. Quando é permitido, duvido. Não bebo porque só me aceito sóbria, fumo pra enganar a ansiedade e não aposto em jogo de cartas marcadas. Penso mais do que falo. E falo muito, nem sempre o que você quer saber. Eu sei. Gosto de cara lavada — exceto por um traço preto no olhar — pés descalços, nutro uma estranha paixão por camisetas velhas e sinto falta de uma tatuagem no lado esquerdo das costas. Mas há uma mulher em algum lugar em mim que usa caros perfumes, sedas importadas e brilho no olhar, quando se traveste em sedução. Se você perceber qualquer tipo de constrangimento, não repare, eu não tenho pudores mas, não raro, sofro de timidez. E note bem: não sou agressiva, mas defensiva. Impaciente onde você vê ousadia. Falta de coragem onde você pensa que é sensatez. Mas mesmo assim, sempre pinta um momento qualquer em que eu esqueço todos os conselhos e sigo por caminhos escuros. Estranhos desertos. E, ignorando todas as regras, todas as armadilhas dessa vida urbana, dessa violência cotidiana, se você me assalta, eu reajo.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Reminiscências.


"E eu me perguntava, quase já sem aguentar mais, sem entender tamanha entrega burra, quando isso finalmente teria um fim. Quando minha coluna ia voltar a ser ereta, minha cabeça erguida e meus passos firmes? Quando eu iria superar você?"


- Tati Bernardi -

sábado, 8 de maio de 2010

Reciprocidade.


Vem cá. Me dá aqui a sua mão. Coloca sobre meu peito. Agora escute. Olha o tumtumtum. Você pode me ouvir? É pra você, seu besta! É por você que meu coração bate! (Ele, que de tanto bater, parou sem querer outro dia). Posso confessar? Jura que vai acreditar em mim? A verdade é que estou de saco cheio de histórias românticas. Meus casos de amor já não têm a menor graça. Será que você me entende? E eu não acho graça em amores sem final feliz. Por isso, invento. Eu invento amores pra ver se eu acredito em mim. Mas hoje eu estou cansada. Estou cansada de mentiras, de realidade, de telefone mudo e de músicas sem letra. Me deixa ser egoísta. Me deixa fazer você entender que eu gosto de mim e quero ser preservada. Me deixa de fora de suas mentiras e dessa conversa fiada. Eu sou uma espécie quase em extinção: eu acredito nas pessoas. E eu quase acredito em você. Não precisa gostar de mim se não quiser. Mas não me faça acreditar que é amor, caso seja apenas derivado. Não me olhe assim, você diz tanta coisa com um olhar. E olhar mente, eu sei! E eu sei por que aprendi. Também sei mentir das formas mais perversas e doces possíveis, sabia? Mas meu coração está rouco agora. Você percebe? Escuta só como ele bate. O tumtumtum não é mais o mesmo. Não quero dizer que o tempo passou, apesar de ser um pouco verdade. O problema não é esse. Eu não me contento com pouco. Eu tenho MUITO dentro de mim e não estou afim de dar sem receber nada em troca. Essa coisa bonita de dar sem receber funciona muito bem em rezas, histórias de santos e demais evoluídos do planeta. Mas eu não moro em igreja, não sou santa, não evoluí até esse ponto e só vou te dar se você me der também.


- Fernanda Mello - 

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Aonde você for...


- Fala amor, o que você tem. Que te deixou assim? Ou será que eu me enganei? Por onde você andou enquanto eu te procurei? O que foi que mudou? Ou seria “quem”? Quem te fez sorrir quando você chorou? Quem foi que te estendeu a mão? Quem foi que te ajudou?
Desculpa se eu me calei quando você queria a minha voz. Perdão se eu pus meu coração ao vivo, em cores e em viva-voz. Eu só quis te proteger de algo que feria a mim, eu só queria ter você sorrindo assim, pra mim.

Meu amor, aonde você for, me deixa ir contigo, que eu te faço bem. E, se vierem os maus dias, eu vou buscar de volta aqueles dias que eu te fiz feliz.


- Jonathas Iohanathan -


http://www.myspace.com/30deoutubro (Música: Viva-Voz)